Iniciativa é internacional e já chegou a Portugal há alguns anos, mas apenas em Setembro foi “adotada” por Coimbra. Desde aí, conta com mais de uma centena de participantes e cinco dezenas de voluntários. Veja as imagens
É a conhecer um trishaw que os seniores e pessoas com mobilidade reduzida chegam à iniciativa “Pedalar Sem Idade”.
Este será o veículo que, comandado por um voluntário especializado, os vai levar a passear durante cerca de 40 minutos por uma das rotas já traçadas pelos “ciclistas”.
De forma a manter as relações humanas ativas e a garantir que todos se incluem em atividades sociais, a “Cycling Without Age” é um projeto internacional que se apresenta em Coimbra desde setembro de 2024. Conta já com mais de 116 passeios e cerca de 50 voluntários, número que começa a ser “pequeno” para tantos interessados em “passear”.
«Um dos nossos maiores problemas é, definitivamente, a falta de voluntários com disponibilidade em horário laboral», explica Sofia Pereira, coordenadora local do programa.
Apesar da grande quantidade de voluntários, a dificuldade é encontrar quem consiga conjugar o trabalho com as “viagens”, principalmente porque existem acordos com entidades de centro de dia e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) cujas funções e transporte apenas estão em atividade durante o dia.
«Aos fins-de-semana e depois das seis [horas da tarde] temos muitos voluntários livres, mas poucas pessoas para participar», indica Sofia Pereira. É possível juntar–se à equipa através do sítio online, https://pedalarsemidadeportugal.pt/coimbra/.
Recentemente, segundo a coordenadora, foi assinado um protocolo com a empresa TUU em que, mensalmente, cada trabalhador pode dispensar duas horas de um dia de trabalho para ajudar na “Pedalar Sem Idade” e Sofia acredita que esta medida pode ser uma solução.
«O protocolo iniciou-se e esperamos ver resultados. Também esperamos que mais empresas se juntem a nós e sigam o exemplo».
Em apoio a esta entidade juntam-se também «estabelecimentos amigos», como o “Proteína” (o café do Exploratório UC), que oferece alguns “lanches” uma vez por mês.
Dona Emília foi pela primeira vez “convocada” para sair do seu centro de dia, em Almalaguês, e vir passear pelo Parque Verde do Mondego, um passeio que a levou do Exploratório UC até ao Pavilhão Centro de Portugal e de volta ao centro de ciência viva.
Emília é utente recente no seu centro de dia, após contrair alguns problemas de saúde que lhe fizeram perder, parcialmente, mobilidade numa das pernas. «Trabalhei durante 40 anos e via todos os dias a Torre da Universidade», conta, «mas agora é difícil de vir aqui e passear».
Tal como Emília, muitos outros seniores e pessoas com dificuldades motoras aproveitam este momento – que pode acontecer uma ou mais vezes durante cada mês – para socializarem e “apanharem vento nos cabelos”, como a própria iniciativa defende ser necessário.
As rotas que podem ser visitadas contam com a zona do Parque Verde, a “rota das Pontes” (em que se faz a travessia da Ponte Pedro e Inês e da Ponte de Santa Clara), uma visita à Quinta das Lágrimas e, ainda, um passeio pela Baixa de Coimbra. Atualmente, passear pela Baixa é «impossível» por causa das obras, mas Sofia espera que se possa regressar a esse espaço o quanto antes, principalmente porque oferece alguma variedade e conecta mais quem passeia e a comunidade circundante.
«Neste momento é impossível passear na Baixa porque não dá para estacionar os veículos dos centros de dia e os trishaw têm dificuldade em subir a zona em obras», conta a coordenadora.